quinta-feira, 26 de março de 2009

“- A Palavra "Paixão" quer dizer sofrimento! "Paixão de Cristo", "paixão de Joana D'Arc."...Em grande aflição eles se apaixonaram, ou seja, quem diz que está apaixonado quer dizer que está sofrendo por amor, mas, o que é mais incrível: está gostando de sofrer!Nas histórias românticas, amar significa sofrer.- Eu acho que sofrer é ruim de todo jeito, mas é melhor viver um grande amor, mesmo impossível, do que não amar ninguém.- Eu não sei, eu acho melhor ficar sozinho do que amar a pessoa errada.- Isso não existe! 'Quem ama o errado, certo lhe parece'.”
É assim, entre tantas frases românticas e declarações de amor, que o filme Romance de Guel Arraes se desenrola. O filme conta a história dos atores Ana e Pedro, vividos magistralmente por Letícia Sabatella e Wagner Moura. Ele está para dirigir uma adaptação de Tristão e Isolda, de Shakespeare, para o teatro e está em busca de uma Isolda. Ela vai realizar um teste, no qual se sai muito bem, e conquista o papel de imediato. Pedro fica fascinado por seu talento, sensibilidade e beleza.
“- Seria tudo tão mais fácil... se as pessoas bebessem o vinho do amor e se apaixonassem... – Ana diz a Pedro, após beber um gole de vinho, e ler um trecho do roteiro de ‘Tristão e Isolda’.- Mas o vinho é só um pretexto. Tristão e Isolda já haviam se apaixonado um pelo outro, mas só se deram conta disso, após beber o vinho. – Ele argumenta. Ao que ela conclui:- Normalmente acontece assim... A gente não se dá conta, nem sabe como se apaixona. Simplesmente acontece!"
Eles começam a viver o tal de "amor recíproco infeliz", afinal – como Pedro mesmo disse – amar significa sofrer. E dá gosto de ver “DR’s” bem construídas, bem escritas, dirigidas e atuadas, como as que eles têm (principalmente a primeira)! Me proíbo de contar mais sobre o filme, só digo que é um dos melhores filmes nacionais que já vi. Um dos maiores acertos do filme foi ter feito o paralelo entre a história de T&I e Ana e Pedro... Pena que o personagem de Vladimir Brichta atrapalhe – desnecessariamente – a história de amor dos dois. Sei lá, Letícia e Vladimir não tem a mesma química que ela tem com o Wagner. Além disso, a vida já oferece tantos obstáculos a nós, reles mortais, que o ciúme (como o que Pedro sente de Ana com Danilo, Zé Wilker)torna-se um elemento muito vazio pra se abordar no romance tão rico como o dos protagonistas.
Outro acerto foi ter adaptado a versão “televisiva do filme” da história de amor Shakespeariana ao nordeste brasileiro. As cenas gravadas na Paraíba são belíssimas e a fotografia do filme só veio a colaborar pra que as paisagens nordestinas ficassem ainda mais lindas!
Falar mais das atuações é totalmente desnecessário. Basta saber que no elenco temos, além de Wagner e Letícia: Vladimir Brichta, Andrea Beltrão, Marco Nanini e Zé Wilker! Puta elenco! Mas se não bastar eu digo que Letícia Sabatella, além de linda, está excelente, como sempre... Ela se entrega ao personagem como poucas e que Wagner Moura é o cara. Capitão Nascimento? Quem é esse?! Wagner é mutante, só pode! RS... Ele entra em simbiose com o personagem de uma maneira impressionante! Que continuem assim: quem ganha é o cinema nacional!
Enfim, o filme é um presente ao telespectador, cinéfilo ou não. Muito bonito, água com açúcar na medida certa e com um pouco do senso de humor que não pode faltar num filme de Guel Arraes. Fica aquela sensação de que, mesmo em meio ao sofrimento e dificuldades, o amor tudo supera (e tá difícil encontrar um filme que nos transmita uma mensagem otimista sobre romance hoje em dia)!

Recomendo com força! =)

>> Peço desculpas a quem lê, se estiver mal escrito... fiz a resenha às pressas e sem paciência pra revisá-la, rs... ;-)

Beijo grande,
fiquem na paz!
Vitor Chuva.

(postando ao som de Nosso estranho amor, de Caetano Veloso)

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