segunda-feira, 15 de setembro de 2008

You, Sir, no one is in the chair, come one! How about a shave?


At last, my arm is complete again!
>> Sweeney Todd ao reencontrar suas navalhas.

Este é um review do filme, portanto, se não quiser saber absolutamente nada sobre ele antes de assistir, não leia!

Por esses dias, estava eu no shopping (pra variar) e – como sempre – resolvi dar um pulo nas Lojas Americanas. Fui ver os DVDs que tinham sido lançados, alguns bons, outros nem tanto... Daí vi que a Blockbuster estava com o pacote Movie Pass mais barato! R$ 49,90. Pra quê? Assinei logo e fui correndo na prateleira pegar um dos que mais esperava: Sweeney Todd, o barbeiro demoníaco da Rua Fleet.
Não era um filme qualquer, era um filme do Tim Burton. Também não era um filme como outro qualquer dele: era um musical. Pra não ser tão radical, tem no elenco Johnny Depp e Helena Boham Carter. O filme é interessante e entretém. Depp além de ser um excelente ator é bom cantor, Helena também tem uma boa voz pra música, além de ser talentosa. Porém, se não fosse esposa do diretor, será que conseguiria o papel por mérito próprio? Tenho minhas dúvidas. De qualquer forma, ambos conseguem transmitir muito bem os sentimentos de seus personagens, não só pelas canções, mas também por expressões. Enquanto ele passa a maior parte do filme com a testa franzida (surpreendentemente, não de maneira forçada, mas bem natural) e exala ódio e amargura no olhar, ela carrega a expressão de uma mulher solitária, carente e, em momento algum, soa falsa sua devoção a Todd.
Burton também surpreendeu por não se alongar em flashbacks como costuma fazer, antes ou durante suas fábulas (como na criação de Edward (Edward Scissorhands) e no abandono de Pingüim (Batman Returns). Aqui ele faz um flashback muitíssimo bem resumido sobre o que houve no passado: um juiz perverso fica encantado com sua esposa e faz com que ele seja preso. Daí em diante ele é separado pra sempre dela e de sua filha. É isso, sem demora já estamos solidários com a condição do barbeiro, antes inocente e bondoso e conhecido como Benjamin Barker. Ele retorna à cidade 15 anos depois, disposto a vingar-se dos que conspiraram contra sua família. Resolve voltar à casa que antes lhe pertencia e que agora está abandonada. No primeiro andar, “funciona” a loja de tortas de carne da Sra. Lovett . “Funciona” porque ela está entregue às moscas, literalmente, já que lá são vendidas as piores tortas de Londres. Ela lhe conta que as pessoas pensam que o segundo andar está vago, pois as pessoas pensam que é mal assombrado e que sua esposa envenenou-se depois de ser estuprada pelo Juiz Turpin. Isso só faz com que a ira de Barker/Todd aumente e resolva reinaugurar seu salão de barbearia, com suas impecáveis navalhas de prata. Quando finalmente consegue reinaugurá-la, começa a dar cabo de barba, bigode e pescoço de quem intervém, ou não, no seu caminho. Mas o que fazer com os corpos? A solução quem dá é a Sra. Lovett. Já que a carne é tão cara e não há recheio para suas tortas... por que não unir o útil ao “agradável”? Sim, os dois fazem uma parceria inusitada e grotesca. Ele passa a ser o fornecedor de recheio para a loja de tortas e ela volta a ser bem sucedida com seus negócios, apesar dos vizinhos reclamarem do cheiro que sai de sua chaminé todas as noites.
Quem também se destaca no filme é Jamie Bower e Jayne Wisener (como o casal apaixonado, Anthony e Johanna, respectivamente). Ele interpreta um jovem que retorna à sua terra natal no mesmo barco que Barker, onde se tornam amigos. Ela dá vida à triste filha do barbeiro que viveu enclausurada pelo malvado juiz, que ficou encantado por sua beleza, equivalente à de sua mãe. Ambos são jovens e possuem vozes perfeitas para musicais. E nesse sentido, são superiores à Helena e, sim, acreditem, a Depp (mas, claro, só na musicalidade! RS).

Alguns reclamam do desfecho do filme, cru, como as carnes da Sra. Lovett. Mas nada ficou sem ser contado, não há buraco. É uma história boa, bacana de se ver, nojenta e sangrenta. Valeu a espera! =)

Trailer do filme


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