quarta-feira, 6 de maio de 2009

O deserto...

Estar rodeado de amigos é como estar embaixo d’uma árvore com muita sombra e água fresca. A gente se sente como se fosse capaz de ficar ali, embaixo daquela proteção e sensação de paz eternamente. Afinal, amigo é aquele que nos dá base, alegria, paz no coração, que nos provoca riso fácil... Quem não tem amigos sente-se como um enjeitado, alguém que ninguém quer estar perto, um leproso, um solitário... Ao contrário da primeira analogia, a falta de amizade pode ser comparada com a sensação de estar no meio de um deserto: o vento quente leva a areia seca ao corpo e à boca... Ficamos sentindo aquele incômodo com a areia no corpo inteiro e a sede que não podemos saciar, nem sabemos quando encontraremos o Oásis mais próximo...
Ultimamente tenho aprendido à duras penas, o quanto é difícil manter o famoso ditado que mais bacana que fazer novos amigos é prosseguir cativando os antigos. Por vezes não dou o valor que alguns merecem, por outras os restantes não dão o valor que sei que mereço... (talvez seja o grande equilíbrio da vida, pondo justiça nesse mundo). Então, pra não cair em pensamentos demasiadamente profundos, começo a considerar: afinal, quem quero levar comigo pro resto da minha vida? Daí vêm ao pensamento os defeitos e qualidades de cada um e a pergunta parece perder totalmente o sentido. Por mais que alguns tenham mais defeitos que qualidades, segundo minha visão limitada e humana, quem sou eu pra julgá-los? Acaso eu tenho menos defeitos? Também não mereço entrar no “julgamento” de cada um deles? Também não preciso ser perdoado constantemente por todas as vezes que fui um fracasso como amigo?
Pode parecer injusto de minha parte, mas estou oficialmente informando que – a partir de agora - me dou ao luxo de ser (mais) egoísta! Entendam: eu preciso disso! Preocupo-me demais com o que os outros estão sentindo, pensando... e quanto a mim? Daqui em diante se tiver ocorrendo um incêndio na minha casa e na casa do amigo ao lado, vou correr pra tentar apagar o fogo da minha primeiro, perdão pela sinceridade! Cansei! Cansei de amigos oportunistas e interesseiros, de amigos infantis que não sabem lidar com a vida e com os outros como adultos, cansei dos mentirosos também, dos hipócritas... Daqueles que pregam liberdade, mas a confudem com anarquia, dos que batem de frente com os próprios princípios...
Quero gente verdadeira, espontânea... Sem vergonha de mostrar o que realmente quer, o que sente de verdade. Mais que isso: quero amigos de verdade! Será que é pedir demais?
Por ora, continuo vagando no deserto, mas podem ter certeza: jamais deixarei de andar, nunca desistirei de procurar meu Oásis. Aprendi que a felicidade coexiste com os momentos de tristeza, de angústia... com esses momentos aprenderei a ser um homem melhor, um cara que sabe que ser humano não é pecado, pecado é usar máscara, é fingir ser quem não é. E a felicidade? É minha companheira e dela não abro mão de jeito nenhum! Ela continuará ao meu lado, custe o que custar! Agora estou de saída, vou cuidar de mim, volto em breve!


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